
Scolari tem com os portugueses uma relação estranha: com ele na selecção, os lusos relançaram-se na ribalta do futebol europeu e mundial, contruiu uma equipa hoje temida por todas as selecções do mundo. Mas Scolari também é sinónimo de discordância, de discussões, de conversas de café. De guerras e de amores. À sua maneira, é um treinador mau e bom. Consegue criar a sua volta um grupo que o defende com unhas e dentes, dá primazia a coesão, defende os seus jogadores com um paternalismo extremo. É inabalável nas suas convicções, nunca cede a pressões e quase nunca assume o erro.
Compra guerras e raramente as perde. Mas quando se trata de justificar as suas opções, raramente é simpático com a imprensa e chega a ser bruto, mal-educado. Das questões polémicas, nunca dá respostas e quando as dá, é sempre de cara-feia e num tom de ofendido.
Poucos morram de amores por ele por estas e por outras razões: por ser brasileiro, por ter tido sucesso, por contrariar quase sempre a opinião dos treinadores de bancada.
No Europeu de 2004, só mudou as suas ideias após derrota na jornada inaugural frente a Grécia. Deco, Maniche e Costinha faziam o triângulo mágico com que o FC Porto de Mourinho tinha alcançado o título Europeu. E mudou a defesa, lançando Ricardo Carvalho para formar com Jorge Andrade uma das melhores duplas de centrais do mundo. E quando mudou, Portugal arrancou para uma campanha brilhante, apenas travado pela Grécia. Por tudo isto, Scolari é especial. Eu particularmente não morro de amores por ele. Algumas das suas decisões não me agradaram. Não levar Baía ao Europeu de 2004 foi muito mau, depois da época que ele fez. Não convocar Quaresma para o Mundial foi demais. Mas ele não tem de agradar a ninguém. Tem de apresentar resultados. E até aqui tem vindo a apresenta-los.
Ora então que continue a apresentar resultados que eu ´tou-me a marimbar pelos meus gostos neste momento. Eu quero mesmo é que Portugal vença...o resto é conversa.
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