
No jornalismo há sempre espaço para as reportagens feitas através de uma outra forma de se ver uma mesma realidade, que aos olhos das pessoas inseridas em determinado contexto, acabam por se tornar rotineiras. Seria um olhar participante, mas não enraizado na territorialidade... uma forma de ver o mesmo mundo sob outra perspectiva. Bem, isso era só para me apresentar a vocês, amigos portugueses, que a partir de hoje passam a dividir comigo (conosco) a idéia interessante desse web-blog. Antes de qualquer coisa era preciso dizer isso, explicar-me de que tudo aquilo que vier a escrever, será baseado em constatações, sem exasperar-me, como forma até de evitar as paixões clubísticas. Tenho minhas opiniões, mas vou optar por questões mais globais, mais analíticas.
Mas é por causa de futebol que fui convidado a participar dessa aventura cibernética, a escrever periodicamente, por agora daqui mesmo, de Lisboa, mas em breve, do outro lado do oceano. Então vamos a isso!
É tempo de Copa. Para nós brasileiros o ano mais especial entre todos. Esqueçam carnaval, nossas praias, nossas musas. Vamos falar apenas de futebol. Vamos falar de seleção. Mas qual delas me caberia melhor nesse momento? Depois de uma série de interrogações, dúvidas e certo receio de ser chamado de patriota logo na minha primeira coluna, resolvi falar de Portugal. Da seleção das quinas (confesso que ainda nao sei o porquê disso), de uma equipe que chega na Alemanha interessada, dentre outras coisas, a manter um título. É, Felipão é o detentor do título e, por conhecer todo o seu jeito meio egocêntrico de ser, quer fazer o possível e o impossível para levar a seleção lusitana até o dia 9 de julho, quando poderá brigar pela taça de campeã mundial.
Mas era disso que queria falar. Sobre o possível e o impossível. Portugal tem um treinador que faz isso. Torna o impossível, possível. Não faço alusão ao fato de achar que Portugal não pode ser campeão na Alemanha. Todos os 32 podem. Uns mais que os outros, é verdade, mas todos podem. Voltando ao Scolari, lembro-me de um Palmeiras e Grêmio, em 95, pela Taça Libertadores, semelhante à Liga dos Campeões. Digo semelhante, pois não há nada como aquilo. Esqueçam tudo o que viram, Libertadores é onde o futebol aparece de verdade. É onde nascem os craques, onde a paixão dos sul-americanos exarceba-se. Mas isso é uma outra história.
A escola gaúcha, de onde vem o Felipão, é conhecida pelo vigor físico dos atletas, pelo futebol força, estilo esse que às vezes pode ser confundido com violência. Tal clássico do futebol brasileiro foi bem ao estilo, bretão mesmo, onde o que não se resolvia na bola ia-se na porrada mesmo. O primeiro jogo foi
Felipão traz consigo essa fama de tornar o impossível, possível. Não sei bem se é por dedicação plena ao trabalho ou por vocação pessoal. Ele é uma pessoa que gosta de ter o ego massageado. E consegue. Campeão com o Brasil em 2002, pode se tornar o primeiro treinador a vencer duas copas por seleções diferentes. Uma coisa ele conseguiu: unir a seleção e fazer dela a Família Scolari, bem ao seu estilo, por vezes despótico, mas que acaba por agradar os jogadores que fazem parte dela. Acredito mais no Felipão do que em sua própria seleção. Mas é preciso ter cuidado. Por vezes o impossível torna-se possível.
Abraços a todos e boas leituras!
2 comentários:
Este comentário vem apenas desejar muitas bolas na rede para o Alta Pressão.
Aguardo os muitos gols de sabores e cores diversos.
Muito bom o texto, o Blog já ta nos minha lista de Favoritos... Um grande abraço.
Renato
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